quinta-feira, 13 de junho de 2013

Ama-me!


Meus olhos desfocados já não vêem
mas cegamente eu sinto,
inebriador o beijo alado
que iça os meus desejos
e deixa-me aos teus pés, brunido.

Meus olhos desfocados já não vêem
mas sentem que as suas pernas movem-se e abrem-se
rendendo-se ao encanto do meu olhar pedinte.
Ama-me!

Eu sinto que teu olhar me tateia
e teus lábios contornam os meus;
a saliva que goteja da tua boca
é a mentira revelada dum coração bandido.

Teu querer é o meu naufrágio,
ao qual me entrego exaurido
como uma criatura sem presságio.


AMA-ME!

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